Thursday, October 23, 2008

Governo federal incita a baderna em São Paulo - Blog do Reinaldo Azevedo - 20/10/08

Leiam o que vai abaixo. Volto depois:
Por Ana Luísa Westphalen, da Agência Estado
Entidades sindicais que representam os policiais civis do Estado de São Paulo se reúnem na terça-feira, 21, com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para discutir sobre a greve da Polícia Civil. O encontro está marcado para as 11h30, no Ministério da Justiça, em Brasília. A informação foi divulgada pelo presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho e pelo secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
A categoria negocia há seis meses com o governo estadual, e pede reajuste salarial de 15% para este ano, 12% de correção em 2009 e outros 12% em 2010. O governo do Estado propôs um reajuste único de 6,2%.
Policiais civis devem fazer uma nova manifestação na quinta-feira, 23, em todo o Estado de São Paulo. A data do novo protesto foi decidida durante uma reunião na manhã desta segunda-feira, 20, entre entidades da Polícia Civil de São Paulo. Os policiais civis estão em greve desde o dia 16 de setembro e as negociações com o governo do Estado estão paralisadas desde a última quinta-feira, 16, quando policiais civis e militares se enfrentaram nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes.
Os representantes dos sindicatos da categoria voltam a se reunir no próximo dia 27, às 10h30, na Associação dos Investigadores para discutir o rumo da greve. "Esperamos que alguém do governo nos chame em busca de uma possibilidade de uma proposta decente", comenta Leal, "estamos dispostos a negociar", finaliza.
Na semana passada, a intenção dos policiais civis de ir até ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para forçar a retomada de negociações com o governo, terminou em confronto com policiais militares. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas no confronto.

Comento
Atenção! Essas lideranças que serão recebidas pelo ministro Tarso Genro promoveram, na semana passada, uma manifestação de policiais e sindicalistas que compareceram armados ao ato. Um deles disparou contra um policial, ferido durante a baderna. Não foi um confronto entre polícias. Qual seria a reação de Genro se homens da Polícia Federal fizessem o mesmo? E o governo de São Paulo impõe uma única condição para negociar: o fim da greve, o que é muito razoável em se tratando de servidores armados. O mediador do encontro não poderia ser melhor: Paulo Pereira da Silva, cabo eleitoral de Marta Suplicy e deputado ameaçado de cassação.

No fim de semana, Lula disse que o governador José Serra cometeu uma heresia ao acusar a politização da greve e a influência do PT, da Força Sindical e da CUT. Os eventos em curso o provam. Inicialmente, o próprio Lula se viu tentado a falar com os policiais. Consideraram que aí já seria demais. Então vai o inefável Tarso Genro — sim, o ministro de mão cheia. Dá no mesmo. Ministros falam pelo presidente.

É o governo federal incentivando a baderna em São Paulo. Vocês vão ver: Tarso vai querer se oferecer como “mediador”, achando que isso não tem nada demais, como se falássemos de um confronto entre duas forças legítimas: de um lado, o governo estadual; de outro, homens armados promovendo arruaça. Eis os petistas. Se bem se lembram, o Brasil já se ofereceu como mediador até entre os narcoterroristas das Farc e o governo democrático da Colômbia. Para esses valentes, são dois lados legítimos de um confronto.

Lula já deu início à batalha de 2010. E ela comporta a arruaça armada.


Por Reinaldo Azevedo

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