Monday, February 24, 2014

Copa do Mundo - recebido por email




Assunto: Dicas dos europeus para a copa no BrasilA renomada revista FRANCE FOOTBALL traz sempre belíssimas capas, ilustradas com fotos de lances sensacionais, gols, voleios, troféus, torcidas celebrando com suas bandeiras, etc… mas esta semana veio com uma “Edição de Luto”. A capa toda negra, onde se lê “Peur sur le Mondial”, algo como: “O mundial do medo”, sendo que a letra “O” da palavra “mondial” está a bandeira do Brasil, e onde deveria estar escrito “Ordem e Progresso”, foi colocada uma tarja negra. (foto ilustrativa) No subtítulo diz: Atingido por uma crise econômica e social, o Brasil está longe de ser aquele paraíso imaginado pela FIFA para organizar uma Copa do Mundo, a menos de 5 meses do mundial, o Brasil virou uma terrível fonte de angústia. A revista FF é a mais respeitada publicação de futebol no mundo. O prêmio “Ballon d’Or”, foi criado por ela, e a FIFA teve que pagar para ter o direito de promover tal prêmio. Também foi dela a série de reportagens que culminaram na suspensão do campeonato Italiano de 2005/06, assim como as denúncias de corrupção que resultaram na queda de João Havelange. A revista pode ser acessada no site: www.francefootball.commas apenas se vê a capa, a reportagem, de 12 páginas, não está liberada no Brasil.

ALGUNS FATOS SOBRE A COPA: POLÍTICA: - Apesar do lema brasileiro: “Ordem e Progresso”, o que menos se vê na preparação deste mundial, é Ordem ou Progresso. - A FIFA não pediu o Brasil para sediar a Copa, foi o Brasil que procurou a FIFA e fez a proposta. - A corrupção no Brasil é endêmica, do povo ao governo. - A burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os Cartórios. - Tudo se desenvolve a base de propinas. - Todo o alto escalão do governo Lula/Dilma está preso por corrupção, mas os artistas e grande parte da população acham que eles são honestos, e fazem campanhas para recolher dinheiro para eles. - Hoje, tudo que acontece de errado no Brasil, a culpa é da FIFA, antes era dos EUA, já foi de Portugal, o brasileiro não tem culpa de nada. - O Brasileiro dá mais importância ao futebol do que à política. - O Brasileiro elege jogadores de futebol para cargos públicos. - Romário (ex-Barcelona) é hoje deputado. Aproveita o descontentamento com a Copa para se auto-promover, mas nunca apresentou um projeto de lei sobre saúde ou educação. Sua meta é dar ingresso da Copa para pobre(como se essa fosse a prioridade para um pobre brasileiro) - O Deputado mais votado do Brasil é um palhaço analfabeto e banguela, que faz uma dança ridícula, com roupas igualmente ridículas, e seu bordão é: “pior que está não fica”. Será? - Em uma das músicas deste palhaço analfabeto ele diz: “Ele é ladrão mas é meu amigo!”, Isso traduz bem o espírito do Brasileiro. ( http://letras.mus.br/tiririca/176533/ ) - Brasileiros se identificam com analfabetos. - A carga tributária do Brasil é altíssima maior que a da França, e os serviços públicos são péssimos comparáveis aos do Congo. - Mas o Brasileiro médio pensa que ele mora na Suíça. Quem está lá, na verdade, é a FIFA. - Há um dito popular que diz que “Deus é brasileiro”. - A FIFA, como imagem institucional, busca não associar-se a ditaduras. Tanto que excluiu a África do Sul na época do Aparthaid e, ao contrário do COI, recusou a candidatura da China, apesar das ótimas condições que o país oferecia. Mas o Brasil, sede da Copa, vive um caso de amor com ditaduras. - O Brasil pleiteava uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, para sentar-se ao lado França, mas devido ao seu alinhamento com ditaduras, a França já se manifestou contrariamente. - A Presidente Brasileira parece estar alienada da realidade e diz que será o melhor mundial de todos os tempos, isso, melhor que o do Japão, dos EUA, da França, da Alemanha. http://www.youtube.com/watch?v=urmR5fXMJu8 - Só ela pensa assim, na FIFA se fala em maior erro estratégico da história da Instituição.

CONFRONTOS: - Ano passado os brasileiros saíram as ruas para manifestar, pela primeira vez se viu um movimento assim num país acostumado a inércia, mas o Governo disse que eles eram baderneiros e reprimiu o movimento com violência. 2 mortos, mais de 2000 feridos, mais de 2000 prisões. Ninguém responsabilizado... - Há um movimento chamado “Black Blocs” que ameaça revidar a violência do Governo. - Há um # hastag que já foi repetido mais de 500.000.000 de vezes em redes sociais e ameaça #naovaitercopa - Os próprios brasileiros pedem para os estrangeiros não irem para o Brasil. Há milhares de vídeos feitos por brasileiros neste sentido : http://www.youtube.com/watch?v=0A-mFVEE7Ng - O governo brasileiro acaba de gastar 400milhões de Euros com compras de armas para a polícia e disse estar disposto a colocar o exército na rua para proteger a Copa contra os…. Brasileiros (???) Isso mesmo, o governo está ameaçando seu próprio povo. - Há um movimento de alguns jogadores de futebol, liderado pelo ídolo do Lyon (França) Juninho Pernambucano, chamado “Bom Senso”, pedindo conscientização dos jogadores. - Analisando os países sedes desde 1970, o número de mortes em estádios, nos 16 anos prévios a cada edição da Copa: México: (1970): 06 mortes; Alemanha (1974): 00 mortes; Argentina (1978): 04 mortes; Espanha (1982): 00 mortes; México (1986): 12 mortes; Itália (1990): 00 mortes; EUA (1994): 00 mortes; França (1998): 00 mortes; Japão (2002): 00 mortes; Coreia do Sul (2002): 00 mortes; Alemanha: (2006): 00 mortes; Africa do Sul: (2010): 17 mortes; Brasil: (2014): 234 mortes; - http://www.youtube.com/watch?v=8bn17OLPyOY OBRAS: - O Brasil foi o país que teve mais tempo na história de todos os mundiais para prepará-lo: 7 anos, mas o Brasil é o mais atrasado. - O Francês Jérome Valcke, secretário geral da FIFA criticou o Brasil pelos atrasos. O governo brasileiro disse que não conversaria mais com Jérome Valcke. - A França teve apenas 3 anos, e finalizou as obras 1 ano e 2 meses antes. - A África do Sul teve 5 anos, e terminou com 5 meses de antecedência. - Há pouco mais de 3 meses da Copa, o Brasil ainda tem que fazer 15% do previsto. - O custo do “Stade de France” foi de 280 milhões de Euros(o mais caro da França), uma vergonha se comparado ao “Olimpiastadium” sede da final da Copa da Alemanha em 2006, que consumiu menos de 140 milhões de Euros. - Mas perto do Brasil isso não é nada. Cada estádio custa em média mais de 1/2 bilhão de Euros. - E o dinheiro sai do bolso do Brasileiro. Tudo é financiado com recursos públicos. Na França tudo foi financiado com recursos privados. - Mas o custo não é alto porque os trabalhadores recebem muito. Os trabalhadores recebem salários de fome. - As empreiteiras é que ganham muito e há muita corrupção para os políticos. - Não há segurança para os trabalhadores, acidentes e mortes são comuns. Na França o número de mortes nas construções foi 0(zero) - Mesmo com os milhões a mais, os Estádios são ruins. - Em 2007 o Brasil construiu um estádio para o Panamericano do Rio e homenageou quem???? Um diretor da FIFA, um brasileiro, corrupto para variar: João Havelange! No Brasil corruptos recebem homenagens. - O estádio era tão ruim que não durou nem 6 anos. Isso mesmo, 6 anos…. - Hoje o estádio está interditado e não recebe mais jogos. Detalhe: custou mais de 150 milhões de Euros(mais do que o Estádio do Olympic de Marseille), e hoje serve de ninho para pombos. - Na França, os Estádios são multi-uso, servem para competições olímpicas, jogos de Rugby, e são centro de lazer, com lojas e restaurantes e estacionamento nos outros dias da semana. No Brasil são usados só para jogos. - Em Brasília estão construindo um Estádio para 68.000 pessoas, sendo que o time local está na quarta divisão do campeonato brasileiro e tem média de público de 600 pagantes. Tudo com financiamento público. - Em São Paulo há 2 estádios, Morumbi e Pacaembú, ao invés de reformá-los, construíram um 3o. estádio, Itaquerão, 23km do centro da cidade e sem metrô até lá. - O ex-presidente Lula, torcedor do Corinthians, empenhou-se pessoalmente para que construíssem este estádio em vez de reformar um dos outros 2 já existentes. - Exceto seus correligionários, ninguém acredita que Lula foi movido por amor ao “Timão” . - Lula é amigo íntimo de Marcelo Bahia, Diretor da Odebrecht, vencedora da licitação. Um reforma custaria menos de 100 milhões de Euros, um novo estádio tinha previsão de custo inicial de 300 milhões de Euros (mas já passou de 500 milhões) um dos mais caros da história da humanidade. Lula e Marcelo são constantemente vistos em caríssimos restaurantes de Paris, tomando bons vinhos franceses. Lula, claro, se declara socialista. - Este estádio é igualmente ruim, alagamento, péssima infraestrutura, e antes mesmo de inaugurar já caiu, matando funcionários. vide: http://oglobo.globo.com/esportes/video-mostra-momento-do-acidente-no-itaquerao-10911765


TRANSPORTES: - A atual presidente Dilma Rousseff garantiu que faria um trem-bala, nos moldes do TGV Francês, que ligaria 4 cidades-sede: SP-RJ-BH-Brasilia. A promessa está gravada em redes sociais. ( http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,governo-garante-trem-bala-pronto-ate-a-copa-de-2014,381839,0.htm ) - Em 2009 foram aprovados 13 bilhões de Euros no PAC, uma soma gigantesca de dinheiro, suficiente para construir um TGV de Paris a Cabul no Afeganistão. Nunca se viu um orçamento tão alto. - Mas o dinheiro desapareceu e nem um único centímetro do TGV brasileiro foi construído. - Nenhum brasileiro cobra da Dilma a responsabilidade sobre a promessa do trem bala. - Nenhuma das cidades-sede tem metrô até o Aeroporto. - O taxis são caríssimos e os taxistas fazem trajetos mais longos com os estrangeiros que não conhecem a cidade. - Aprenda Português pois os Taxistas não falam nem espanhol, francês não existe. Inglês nem pensar??? - Para os taxistas não há cursos de inglês financiados pelo governo, mas para as prostitutas sim. Parece piada, mas é verdade: ( vide: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/01/1211528-prostitutas-de-bh-tem-aulas-gratis-de-ingles-para-se-preparar-para-a-copa.shtml ) - É assim que o Brasil está se preparando para receber os turistas, ensinando inglês para as prostitutas. Pergunte se há um programa assim para policiais??? - Metrôs não funcionam bem, não cobre nem 10% das cidades ou simplesmente não existem. - Os ônibus são precários, com muitos atrasos. - O sistema de ônibus é complicadíssimo e ineficiente. - Diariamente os ônibus são atacados por gangues que lhes ateiam fogo sob ordem de criminosos ou simplesmente para protestar. - Às vezes não dá tempo do passageiro sair correndo e morre carbonizado. - Ninguém é preso, mas as autoridades dizem: “estamos investigando…” - O aeroporto da Megalópolis São Paulo tem uma capacidade de receber vôos inferior ao Aeroporto da pequena cidade de Orly, no interior da França. - Os preços de passagens de aviões dispararam. Por um trajeto de 400km chegam a cobrar 1.000Euros durante a copa. - Como o Brasil não tem infraestrutura, não aproveitará a alta demanda, devendo permitir que empresas aéreas estrangeiras atuem durante a Copa, o lucro virá para a Europa ou os EUA. - Aluguel de carros é caríssimo, e, como disse um ex-presidente brasileiro, Fernando Collor, também afastado por corrupção, os carros brasileiros são carroças, sem os principais itens de segurança. - Muito cuidado ao dirigir, o trânsito é uma selvageria. Sinalização, quando existe, é exclusivamente em português. - Ônibus lotados a toda velocidade, dividem faixas com carroças, mendigos que puxam carros de ferro-velho, motoqueiros cruzando faixas sem sinalizar, pessoas xingando, engarrafamentos de horas. Em São Paulo chega a passar de 300km de engarrafamento, dentro da cidade, o maior da humanidade. - Faixa de pedestre não serve para nada, não espere que os carros parem. Atropelam, matam e fogem. - Não tente andar de bicicleta, será atropelado ou roubado. - As estradas estão caindo aos pedaços, sem sinalização e o número de mortes em acidentes de trânsito em 2008 foi de 57.166, na França, 399, ou seja, quase 15.000% a mais de mortes, e levando em conta que no Brasil não há acidentes por neve ou gelo na pista. - Apesar do Brasil ser autossuficiente em petróleo e estar do lado de países da OPEP, como Venezuela e Equador, a gasolina uma das mais caras do mundo, e de péssima qualidade, misturada com etanol e solvente de borracha, não há fiscalização nos postos. - Mas o Brasileiro defende o monopólio do petróleo. É o único país do mundo onde os consumidores acham que o monopólio é bom para o consumidor, e não para o monopolista. - Não existe transporte fluvial, apesar de ser o país com mais rios no mundo. O Brasil deveria investir em barcos, todo ano as cidades alagam. Vide http://www.youtube.com/watch?v=aNHnPUcZOFA - As autoridades dizem que foram pegas de surpresa! - Não há transporte por trens. SAÚDE: - Reze para não ter problemas de saúde enquanto estiver alí. - Vacina contra febre amarela é recomendada. - Use repelentes, no Brasil ainda há pessoas morrendo com dengue, malária ou doença de chagas, já erradicadas na França no século XVIII. - Faça um seguro de saúde privado antes de ir ao Brasil. - Médicos privados cobram mais de 100Eurs por consultas de 20minutos. - Os hospitais públicos são péssimos. vide http://www.youtube.com/watch?v=cE9znkKV--k comparáveis a zonas de guerra. - Nos últimos 10 anos o número de leitos em hospitais públicos caiu 15%. vide http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/em-11-anos-taxa-de-leitos-hospitalares-caiu-15-no-brasil-o-bravateiro-no-entanto-dava-licoes-a-obama-vinda-de-cubanos-serve-para-demonizar-medicos-brasileiros-e-e-projeto-ideologico-dos-paises-do/ - O Brasil precisa importar médicos de Cuba, já que não tem competência para formar médicos no próprio país. Acredite: Há um programa governamental para isso. - O Brasil gasta apenas 4% do seu PIB com saúde, e 12% com pagamentos de funcionários públicos. Nos últimos anos o gasto com funcionários cresceu, e com saúde encolheu. - A França gasta 12% com saúde e 4% com funcionalismo. - Resultado: Brasil é 72. entre 100 países pesquisados pela OMS, a França 7. - O craque Zinédine Zidane já era mal visto no Brasil, por ser responsável direto por 2 derrotas humilhantes da “canarinha” em mundiais. Ao saber que o Brasil sediaria a Copa, Zidane afirmou que o Brasil tinha outras prioridades, como a saúde, não os Estádios. - Ronaldinho Fenômeno rebateu a frase dizendo que “não se faz copa com hospitais”. vide http://www.youtube.com/watch?v=uRRoXJQf8f0 - A frase de Ronaldinho Fenômeno virou hit no Twitter e record e visualizações no youtube. - O Pelé pediu para os Brasileiros esquecerem os problemas e curtirem a Copa.


HOSPEDAGEM: - Paris é a cidade mais visitada do mundo, com quase 20 milhões de turistas / ano. São Paulo é menos visitada que a pequena Benidorm na Espanha, ou que a cinza Varsóvia, na Polônia ou a poluída Chenzen na China. - São Paulo perde para Buenos Aires, Cuzco e outras cidades Sulamericanas. - Nem no Brasil é a mais visitada. Ninguém faz turismo em São Paulo. - Amarga o posto 68 na lista das mais visitadas do mundo. - No entanto, um hotel em São Paulo custa em média 40% mais do que se hospedar em um equivalente hotel em Paris. - Na época da Copa, um hotel de baixa qualidade em São Paulo chega a pedir 800Eurs por noite. - Os brasileiros não tem hábito de intercambiar casas, alugar sofás ou hospedar pessoas por sites em internet. - Leve adaptador de tomada. O Brasil adotou um sistema que só existe no Brasil, e muda a cada 4 ou 5 anos, gerando milhões para algumas empresas. TELECOMUNICAÇÕES: - Minuto de celular mais caro do mundo. vide http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1352956-minuto-do-celular-no-brasil-e-o-mais-caro-do-mundo.shtml - O sinal é péssimo, um dos piores do mundo. - 4G não existe na maioria das cidades. - A internet é horrível e caríssima. Para o Brasil chegar aos níveis do Iraque deveria dobrar o investimento em banda larga. vide http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/conexao-de-internet-no-brasil-e-mais-lenta-que-no-iraque-e-cazaquistao


SEGURANÇA: - Se você não gostou do que leu até agora, o pior está aqui. - No Brasil há mais assassinatos que na Palestina, no Afeganistão, Síria e no Iraque JUNTOS. - No Brasil há mais assassinatos que em toda a AMÉRICA DO NORTE + EUROPA + JAPÃO + OCEANIA. - A guerra do Vietnã matou 50.000 pessoas em 7 anos. No Brasil se mata a mesma quantidade em um ano. - Ano passado foram 50.177 segundo o governo, segundo a ONGs superam 63.000 mortes. - Todo brasileiro conhece alguém que foi assassinado. - 1% dos casos resultam em prisão. - Este 1% não chega a cumprir 1/6 da pena, e é beneficiado por vantagens que se dão aos criminosos. - As prisões parecem masmorras e não recuperam. - Rebeliões com dezenas de mortos, pessoas decapitadas, esquartejadas são frequentes. - Recomenda-se levar uma pequenas quantidade de dinheiro para caso de assaltos. É comum assassinarem as pessoas que nada tem para o assalto. - Não leve o cartão consigo, você pode ser vítima de uma espécie de sequestro que só tem no Brasil: “Sequestro Relâmpago”. - Não use relógios, máquinas fotográficas, celulares, pulseiras, brincos, colares, anéis, bolsas caras, bonés caros, óculos caros, tênis caro, etc… vista-se da forma mais simples possível. - Se for assaltado, não reaja. - Não ande pelas ruas após as 22hs. - Caixas eletrônicos não funcionam após as 22h30, devido aos assaltos. Os políticos, no lugar de aumentar a segurança, tiveram a brilhante idéia de proibir o cidadão de bem de tirar dinheiro do caixa. - Os bancos fecham as 16hs. - Só faça câmbio em bancos ou casas autorizadas. Existe uma grande quantidade de moeda falsa e estrangeiros são alvo fácil. - Policiais são monoglotas. Aprenda frases como: “Eu fui assaltado”; “preciso de ajuda”, “estou ferido”, “sou francês, leve-me ao consulado por favor” - Há falsas blitz para assaltar pessoas.


CONCLUSÃO: - O que falta no Brasil é educação. Os números são assustadores, mesmo quando comparados com seus vizinhos sulamericanos. - O Brasil tem uma porcentagem de universitários menor que o Paraguai; - Apenas 3% dos Brasileiros são bilingues. - A Argentina tem 5 prêmios Nobel, a Colombia 3, o Chile 3, a Venezuela 1, a Colombia 4, o Brasil??? Zero! - Entre as 300 melhores Universidades do mundo, não tem nenhuma Universidade Brasileira. - O país tem 9% de analfabetos; - No Brasil há 33.000.000 de analfabetos funcionais. - Ano passado surgiram 300.000 novos analfabetos. - No ranking da ONU de 2012 o Brasil, que já estava mal colocado, caiu mais 3 posições, e hoje é o número 88 no mundo. (A França é 5.) - O Brasil fica atrás de Belize, Ilhas Fiji, Tchad, Azerbaijão, Ilhas Maurícios, Uzbequistão, Mongólia, Paraguai, Trinidad e Tobago, Belarus, Tijiquistão, Botswana, São Tomé e Príncipe, Namíbia, Santa Lúcia, Moldavia…. até atrás da Palestina em guerra, o Brasil conseguiu ficar. - UMA VERGONHA INTERNACIONAL mas o brasileiro está muito feliz de ser pentacampeão de futebol. Nos corredores da FIFA já se admite que foi o maior erro da história da Instituição eleger o Brasil como sede. O que se fala é que os dirigentes deveriam ter ouvido o grande Estadista Francês Charles de Gaulle, quando disse: “O Brasil não é um país sério” " via


Mario Saveri

Wednesday, February 19, 2014

Pobre Venezuela! Terá de piorar muito antes de melhorar! - Blog do Reinaldo Azevedo - 18/02/2014




Pobre Venezuela! Terá de piorar muito antes que melhore! Sofrerão mais, como sempre, os pobres e os vulneráveis. O leitor fique atento: tudo aquilo que as esquerdas reivindicam por aqui — inclusive as esquerdas do PT — foi rigorosamente cumprido na Venezuela: a radiodifusão foi estatizada; o estado decide plenamente os rumos da economia e determina o preço até do papel higiênico; os produtores rurais foram considerados sabotadores do socialismo, e o país praticamente parou de produzir alimentos; a esmagadora maioria dos pobres vive da caridade oficial disfarçada de programas de redistribuição de renda; o Poder Judiciário obedece às determinações do bando chavista, reunido num partido; leis eleitorais restritivas impedem que a oposição dispute a eleição em igualdade de condições com as forças do governo, e os pleitos nada mais são do que simulacros de eleições livres; há milícias ditas “populares” armadas, que mataram pelo menos três pessoas em manifestações recentes; mesmo o jornalismo impresso vive sob o chicote do governo, que controla o papel.
Observem como não há forças de esquerda no Brasil — pouco importa a sua coloração — que critiquem o modelo venezuelano. Se, por aqui, PSOL e PT vivem às turras para disputar fatias da opinião de esquerda, no que concerne à Venezuela, estão todos juntos. Tanto uns como outros sabem que o que se tenta construir por lá é “socialismo pela via eleitoral”, como se isso fosse possível. Como não é, o resultado é o que vemos.
A Venezuela quebrou, foi para o vinagre. A economia do país está destroçada. Os canais políticos de representação desapareceram. O esforço sistemático do chavismo para eliminar seus adversários acabou dando resultado: uma parte enorme da população se tornou estrangeira no seu próprio país. O poder se sustenta ainda na caridade oficial e se ancora em milícias armadas e nos setores mais corruptos das Forças Armadas, comprovadamente ligados ao tráfico internacional de drogas.
O país não está muito pior do que na reta final de Chávez. Mas agora não há nem mesmo a força encantatória (para quem se encantava, claro!) do “líder”. Nicolás Maduro é só um bronco, que tem o carisma de um joelho de porco. E exibe traços evidentes de psicopatia. Antevi certa feita que Chávez ainda terminaria amarrado em praça pública, pelos pés, como um Mussolini latino-americano. O destino se encarregou dele primeiro. Se Maduro continuar nessa toada, é o que acontecerá com ele — embora rescenda a certa covardia; talvez fuja primeiro.
Não custa lembrar: não fossem a fraude e a impossibilidade das oposições de ter acesso aos meios de comunicação, Maduro teria perdido a eleição.
A prisão do líder oposicionista Leopoldo López indica que as chances de haver uma saída política estão se estreitando. Reitero que qualquer tentativa de estabelecer conexões entre o que se passa na Venezuela e o que se dá no Brasil é uma tolice. Se a relação existe, é de contraste: os que hoje vão às ruas naquele país lutam justamente contra forças similares que tentam promover por aqui a baderna porque querem que os esquerdistas que estão no poder sejam ainda mais radicais.
Os estudantes venezuelanos, ao contrário, estão pedindo democracia, economia de mercado, instituições republicanas, respeito aos direitos individuais, pluralidade política e civilidade — tudo aquilo que a esquerda é incapaz de garantir porque não reconhece tais valores.
Por Reinaldo Azevedo

Tuesday, February 11, 2014

Ponte democrata Carlos Marighella? - Carlos Andreazza - O Globo - 11/02/2014




Neste país, decerto como consequência do bem-sucedido projeto brasileiro de deseducação, só se pensa e age em manada, em bando, em patrulha, de modo que não há jeito — a menor chance — de se reconhecer e valorizar, por exemplo, um mérito pontual do regime militar de 1964 sem ser logo chamado de ditador, quando não de torturador.
Trinta anos passados, três décadas de proscrição, de degredo, de petrificação dos malditos, tempo em que o simples referir-se aos militares — que não nos piores termos — significou adesão imediata e incondicional ao que ocorria nos porões. Reconhecer a importância da infraestrutura — a única que temos ainda hoje, diga-se — erigida naquele período? Ora, experimente... Comente, com base nos fatos, que o Brasil depende hoje de obras públicas — de portos, de estradas etc. — construídas pelo regime militar e torne-se de súbito partidário e defensor, signatário do AI-5; um golpista!
Se é que a teve um dia, este país terá de todo perdido a mão para o que seja reflexão, equilíbrio e ponderação; mas não sem estender a outra, ato contínuo, ao ridículo.
Ah, o ridículo!
Outro dia mesmo, enquanto atravessava a Rio-Niterói, peguei-me a perguntar: quanto faltará até que um desses lavadeiros da verdade proponha mudar o nome oficial, Presidente Costa e Silva, da ponte? Era questão de tempo — sempre soube. Intuía, contudo, que a hora se acelerava, pois a tinturaria da história tivera gestão mais eficiente nos últimos anos; ademais, acercávamo-nos dos 50 anos do golpe. Era questão de pouco tempo. E, batata!, tinha poucas dúvidas de que a iniciativa partiria de um dos copidesques do Ministério Público, desocupado progressivamente desde o fim da ditadura e finalmente inútil — tornado sem propósito — com a assunção redentora do povo oprimido ao poder, instante em que, no Brasil, como sabido, nada mais houve a ser investigado, denunciado, enfrentado.
Afinal, bicheiros, traficantes, mensaleiros, milicianos e assassinos de mais de 50 mil brasileiros por ano — tudo isso é passado, vencido, superado, miragens que só possuem materialidade na percepção histérica da classe média manipulada, claro, pela mídia golpista. O perigo — apontam os diligentes revisores do Ministério Público — está nos monumentos, nas placas das ruas, avenidas e estradas, nas fachadas de escolas do interior, em qualquer poste que leve o nome de um militar de 1964, de um ditador daquele período proibido.
Mas, atenção!, só daquele — apenas daquele intervalo desgraçado entre 1964 e 1985. No Brasil, também se é seletivo com tiranos. Porque há, tão fofos, os nossos ditadores de estimação. (E não falo nem do amor pátrio por assassinos estrangeiros — e em atividade — como Fidel Castro). Ou não teremos aí o nosso querido Getúlio Vargas, brasileiríssimo, o “pai dos pobres”, homem cruel, vil, perseguidor, golpista, torturador, no entanto a nomear de goleiro a fundação, passando por uma das mais importantes vias urbanas do país?
Eis que, então, aos 50 anos redondos do golpe militar somam-se os 40 de uma das obras públicas mais importantes não só daquele período como, sem dúvida, da história do país. Palco perfeito — cenário iluminado, holofotes todos direcionados — para os justiceiros que não perdem oportunidade de aparecer. E como são bons, generosos na construção do passado que melhor lhes convém.
Ponte Presidente Costa e Silva? Não! Nem pensar! Não se pode deixar uma placa velha, escondida, enferrujada e ignorada sob uma fundação carcomida qualquer — que efeito, que impacto negativo terá sobre as crianças, sobre as novas gerações? (Decerto muito pior que o do crack, cujo consumo por menores, como sabido, já foi perfeitamente controlado). Não pode. Não mesmo. Um absurdo! Uma afronta! Tem de mudar. Alude ao golpe, afinal, ao arbítrio, à tortura; perpetua um passado que se quer apagar, que se fez interdito, e de que não se pode tratar senão com o implacável esfregão seletivo.
A esses revisores da história — tapados pela mistificação, obstruídos pela doutrina do justiçamento da memória, cegos aos fatos — não ocorre examinar, portanto, que sem este homem, sem Artur da Costa e Silva, não haveria a ponte, tão simples quanto isso, não como a conhecemos hoje, e que ali, pois, não se homenageia a ditadura, o arbítrio, a tortura, mas um indivíduo que, apesar de muitos e tantos erros, acertou, não fossem várias as vezes, ao menos uma.
Acertou em bancar, em viabilizar, em sustentar a construção de uma obra que, embora sonhada e ansiada por mais de século, imperador, ditador ou democrata nenhum antes lograra encarar — obra que se tornaria elemento decisivo à integração física não só do Rio, mas do Brasil, marco incontornável da engenharia nacional; obra que ele próprio não veria pronta, morto bem antes; obra, a Ponte Rio-Niterói, que sequer é conhecida pelo nome oficial, mas que o homenageia porque simplesmente não poderia ser de outra maneira.
Celebremos e fortaleçamos a democracia, mas sem jamais nos esquecermos de que o autoritarismo não é exclusividade das ditaduras. E que, portanto, ao apoiar este processo de apagamento seletivo da história, de aniquilamento dos bons feitos alheios, os fernandohenriques da vida não se pensem livres do mesmo destino. Também é questão de tempo.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/ponte-democrata-carlos-marighella-11565324#ixzz2t4DKHyvh 
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O Brasil e os novos blocos - Rubens Barbosa - O Estado de São Paulo - 11/02/2014




Pela primeira vez em 20 anos os presidentes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) não realizaram o último encontro semestral e o Conselho do Mercosul nem tem data para se reunir neste ano. A crise é tão grave que os presidentes não conseguem fechar uma proposta conjunta para a União Europeia, tema importante que permitirá uma aproximação com um grande bloco comercial.
O Mercosul, como inicialmente concebido, está agonizante. O Tratado de Assunção, de 1991, previa, em seu artigo 1.º, a liberalização comercial e a abertura de mercado entre os países-membros.
Hoje, por questões políticas e ideológicas, o Mercosul vem sendo um impedimento para a inserção externa do Brasil e dos outros países-membros. A motivação política dos governos fez as regras passarem a ser desrespeitadas e medidas protecionistas prevalecerem sem punição alguma para os países infratores. O Mercosul representa atualmente apenas 8,6% do intercâmbio total do Brasil. O bloco está se tornando cada vez menos importante para nossas exportações, mesmo para os produtos manufaturados, que estão perdendo mercado na região pela perda de competitividade da economia brasileira.
O resultado é um crescente isolamento do Brasil e do Mercosul das novas formas de comércio - cadeias produtivas globais, que representam hoje 56% do comércio mundial - e das negociações de acordos de livre-comércio bilaterais e de mega-acordos regionais.
O Brasil, nos últimos 12 anos, colocou todas as suas fichas nas negociações multilaterais da Rodada Doha, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). A reunião de Bali foi positiva pela preservação da OMC, mas os desafios são enormes para a retomada das negociações de Doha, para a reforma que torne a instituição mais eficaz e ágil e para tentar incorporar, de alguma forma, os acordos regionais até aqui negociados fora da Organização. Os riscos de nova paralisação continuam grandes. Essa estratégia equivocada de negociação comercial fez com que nesse período o Brasil e o Mercosul concluíssem apenas três negociações: com Israel, Egito e Autoridade Palestina. Enquanto isso, no mundo mais de 500 acordos estão em discussão, tendo 354 sido notificados na OMC.
Os Estados Unidos e a Europa passaram a negociar a abertura de mercados fora da OMC. O alijamento da OMC das discussões das regras que regulamentarão as trocas comerciais no futuro se reveste de particular gravidade porque os países em desenvolvimento não participarão de sua elaboração e, se quiserem associar-se a esse megagrupo em formação, terão de aceitar as regras prontas. Essas regras se referem a serviços, investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual e de origem.
Na Ásia, os Estados Unidos estão em negociações adiantadas com 11 países (por motivos políticos a China não está incluída) para formar a Parceria Trans-Pacífica. Mais recentemente foi anunciado o início de um processo de integração ainda mais ambicioso: o acordo de comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia, que juntos representam metade do PIB global e quase um terço do comércio internacional. Essas negociações têm implicações ainda mais graves para os países em desenvolvimento e, em especial, para o Brasil, pelo fato de que, em paralelo aos entendimentos comerciais, os dois gigantes regionais estão discutindo a formulação de regras sobre investimento, serviços, compras governamentais, propriedade intelectual, de origem, competição e, sobretudo, de padronização (standards) fora da OMC.
O Brasil e os países do Mercosul - grande produtores de produtos agrícolas - sofrerão um impacto adicional. O mercado europeu absorve grande parte desses produtos, mesmo com medidas protecionistas e incentivos ilegais. A partir do momento em que o bloco transatlântico passar a existir, nossos países terão de enfrentar a concorrência - com preferências negativas - da principal potência exportadora agrícola do mundo, os Estados Unidos.
A Aliança do Pacífico, integrada por México, Colômbia, Peru e Chile, decidiu dar prioridade às negociações com a Ásia e com os Estados Unidos. Esses quatro países têm acordos de livre-comércio com os Estados Unidos, a União Europeia e países asiáticos, como a Coreia do Sul. Evidenciando uma estratégia mais ativa e moderna, a Aliança do Pacífico resolveu aproximar-se dos países desenvolvidos e explorar as possibilidades que se abrem com o intercâmbio com a Ásia.
Do ponto de vista comercial, a Aliança do Pacífico terá pouco impacto inicial sobre os países do Mercosul, ao contrário do que ocorre com os outros blocos, pelo fato de os países do Mercosul serem grande fornecedores de produtos agrícolas e o mercado europeu, como dito antes, ainda absorver grande parte desses produtos, mesmo com medidas protecionistas e incentivos ilegais.
Se as negociações do Mercosul com a Comissão Europeia não avançarem, por relutância protecionista de qualquer de seus membros, não haverá alternativa para o Brasil, no âmbito do Mercosul, senão fazer um acordo em separado com a União Europeia, para resguardar nossos interesses.
Por tudo isso, a percepção empresarial a respeito das negociações externas está mudando. No trabalho Agenda de Integração Externa, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), pede-se o aprofundamento dos acordos regionais de comércio para eliminar a erosão das tarifas para os produtos brasileiros e negociações com países desenvolvidos, como os da União Europeia, os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e outros que podem aportar conhecimento inovador e novas tecnologias para as empresas brasileiras.
Menos ideologia e mais pragmatismo na área externa é a demanda empresarial para recuperar as oportunidades perdidas nos últimos anos.
Rubens Barbosa é presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIESP.

O discurso do rei - Coluna de Alexandre Schwartsman - Folha de São Paulo - 29/01/2014




Visto em certos círculos como capitulação, a presidente discursou em Davos numa tentativa de recuperar a confiança perdida pelo país junto a investidores internacionais. Intenção louvável (ainda que tardia) à parte, o resultado não foi dos melhores. O discurso está permeado dos mesmos vícios que criaram o problema, a saber, autossuficiência no limite da arrogância, assim como uma inacreditável incapacidade de entender as críticas ao desempenho medíocre do país.

Um olhar mais detalhado revela que a fala trouxe obviedades, inverdades e promessas. Nenhuma colabora particularmente para a construção da confiança.

É muito bom saber, por exemplo, que parcela considerável da população brasileira ascendeu social e economicamente na última década, ou que as reservas internacionais do Brasil são da ordem de US$ 375 bilhões. O problema é que estas informações só ajudariam a melhorar a imagem do país caso fossem desconhecidas da audiência e reveladas naquele momento feliz em que a presidente ofereceu ao mundo uma visão inédita sobre a realidade brasileira, o que, convenhamos, está longe de ser o caso.

Pelo contrário, a audiência já conhece a história e mesmo assim permanece reticente quanto ao país, não, obviamente, porque desgosta de reservas elevadas e melhora social, mas porque tem visto outros desenvolvimentos nada positivos, como inflação alta, crescimento baixo e contas fiscais sob crescente suspeita. Neste aspecto esperava-se algo de concreto acerca de como lidar com estes temas. O que se viu, contudo, foi a negação da sua existência.

Assim, a presidente reitera que o país busca, “com determinação, o centro da meta inflacionária”. Caso fosse verdade, a diretoria do BC já estaria na rua. Não se atinge a meta (não existe “centro da meta”; só a meta) de inflação desde 2009, e, de acordo com as previsões do BC, isto não ocorrerá pelo menos até 2015. Se isto é “determinação”, não quero nem imaginar o que teria ocorrido caso tivessem feito “corpo mole”.

Na mesma toada afirma que “as despesas correntes do governo federal estão sob controle e houve uma melhora qualitativa (!) das contas públicas nos últimos anos”. Uma breve inspeção dos números oficiais do Tesouro, porém, revela que as despesas correntes saltaram de 16,5% do PIB em 2010 para 17,7% do PIB nos 12 meses terminados em novembro do ano passado, para ficar apenas no período mais recente (em 2003, por exemplo, eram 14,5% do PIB). De novo, se isto significa controle, me arrepia pensar o que poderia ser uma situação de descontrole.

Afirmações como as acima podem funcionar para uma audiência despreparada, mas dificilmente no que se refere a investidores familiarizados com os números e as ações de política econômica no Brasil. O resultado no caso é o oposto: a percepção que o governo não reconhece seus próprios problemas apenas reforça a desconfiança na gestão do país.

Contra este pano de fundo, sobram as promessas, mas, vamos falar a verdade, estas só funcionam se houver confiança, o que nos traz de volta à estaca zero.


Em momento algum houve reconhecimento dos erros (e não foram poucos!) de política, os diagnósticos equivocados, a execução malfeita de projetos. Houvesse autocrítica, certamente seria possível construir uma base para a credibilidade acerca de rumos futuros que incorporassem a correção dos enganos anteriores.

Assim, se tivesse que resumir o discurso, seria algo na linha: “estamos fazendo tudo certo, mas vocês não reconhecem; tratem de admitir que somos fantásticos e invistam”.


O governo prefere acreditar que a questão se resume a dificuldades de comunicação e que um exercício algo despudorado de autolouvação há de corrigi-las, apesar da evidência em contrário. Se quisessem mesmo resolver o assunto poderiam começar ensinando à presidente o que aprendi com minha avó: “elogio em boca própria é vitupério”.



(Publicado 29/Jan/2014)

Monday, February 10, 2014

Vamos lá, jornalistas e veículos de comunicação, ao velório de Santiago Andrade jogar alguns punhados de terra na liberdade de imprensa - Blog do Reinaldo Azevedo - 10/01/2014




Quando o corpo físico se despedir de Santiago Andrade, como já se despediu a sua alma, vamos lá, coleguinhas jornalistas, a seu velório. Vamos homenageá-lo, mas vamos também jogar alguns punhados de terra na liberdade de imprensa.
A verdade é que, como categoria, com uma exceção ou outra, assistimos inermes à progressiva degradação da nossa profissão.
Nós, jornalistas, aceitamos nos esconder nas manifestações. E o nosso sindicato, esse aparelho asqueroso a serviço do PT, não disse nada.
Nós, jornalistas, aceitamos trabalhar clandestinamente para não apanhar de vândalos, de fascistoides, de vagabundos mascarados.
Nós, jornalistas, ficamos com medo das redes sociais e, num movimento de manada, elegemos como inimigo principal a polícia. Mais de uma vez escrevemos e falamos que o quebra-quebra era reação à ação policial, quando nós sabíamos que se tratava do contrário.
Nós, jornalistas, chamamos bandidos que não mostram a cara na democracia, de estetas.
Nós, jornalistas, vimos um repórter fotográfico que testemunhara a tragédia havida com Santiago conceder uma entrevista ao Jornal Nacional sem coragem de mostrar a cara, de dizer o seu nome. E não nos demos conta de que ali estava a volta da censura.
Nós, jornalistas, vimos a sequência de fotos que explicitava o que tinha acontecido ser assinada pela “Agência Globo” — não pelo autor da fotografia. Porque, nestes dias, os jornalistas têm medo.
Boa parte das empresas de comunicação também pode ir lá jogar o seu respectivo punhado de terra.
Desde junho, chamam de “pacíficas” pessoas que sapateiam sobre o teto do Congresso com tochas acesas nas mãos; que incendiam o Palácio do Itamaraty; que depredam o metrô de São Paulo; que saem quebrando tudo Avenida Paulista afora.
Se os jornalistas não querem “ficar mal” nas redes sociais, esses setores da imprensa a que me refiro não têm sido menos covardes. Abrem mão de pautar o debate, segundo os fundamentos da democracia e do estado de direito, e se deixam pautar por milicianos.
Alguns veículos ainda confundem o novo com o bom, esquecendo-se de que certas seguranças e garantia são boas justamente porque são antigas, porque constituem um fundamento da civilidade — e a liberdade de que dispõe um jornalista para trabalhar é uma dessas antiguidades que têm de ser preservadas.
Santiago Andrade foi assassinado por seus algozes, sim. Mas aqueles que silenciaram diante da violência crescente contra os jornalistas — que tiveram de se esconder — ajudaram a preparar esse velório.
Aí grita o cretino fundamental, cheio de má-fé disfarçada de inocência: “Não foi um ataque à imprensa; Santiago Andrade foi ferido por acidente”. Errado. O único acidente aí, se é que foi assim, foi ele ter sido morto por acidente. Jornalistas só não morreram antes, reitero, porque estavam escondidos em meio à multidão, obrigados a trabalhar sem se identificar.
Os jornalistas que silenciaram diante da progressiva perda de liberdade passarão a ter vergonha na cara depois dessa?
As empresas de comunicação que se calaram diante da barbárie passarão a ter vergonha na cara depois dessa?
De associações de classe que são meros esbirros de um partido político, como sindicatos e a Fenaj, não cobrarei vergonha na cara. Eu cobro as coisas possíveis.
A morte de Santiago Andrade é o maior atentado cometido contra a liberdade de imprensa desde a redemocratização do Brasil. Infelizmente, jornalistas e empresas de comunicação enfeitaram essa tragédia com o seu silêncio cúmplice. Infelizmente, uns e outros estão mais preocupados com “o que vão dizer de nós” do que com “o que nós temos a dizer a eles”.
Por Reinaldo Azevedo

A morte de Santiago Andrade: o país marcou um encontro com a tragédia - Blog do Reinaldo Azevedo - 10/02/2014




Santiago Andrade, o cinegrafista da Band, teve morte cerebral. Desde junho, o Brasil tinha um encontro marcado com a tragédia. Era uma questão de tempo. E outras acontecerão desde que se repitam os mesmos procedimentos. Quem são os culpados? Obviamente, devem responder por essa morte aqueles que acenderam o morteiro. Mas, se querem saber, é preciso ampliar o leque de culpas. Também nesse caso, mais do que o alarido dos maus, o que constrange é o silêncio dos bons — ou suas palavras e gestos irresponsáveis.
Todos aqueles que assistiram de boca fechada à progressiva violência das manifestações; todos aqueles que passaram a considerar a depredação, o quebra-quebra e o confronto como liberdade de manifestação; todos aqueles que se negaram a reconhecer o caráter congenitamente autoritário desses ditos “protestos”, todos esses têm sua parcela de culpa.
As elites políticas e intelectuais brasileiras, ignorando os fundamentos da uma sociedade democrática, passaram a flertar com a desordem — especialmente setores importantes da imprensa, que se conformaram em trabalhar de maneira clandestina, tendo de se esconder desses vagabundos. Saibam, leitores: os jornalistas têm de esconder suas respectivas identidades. Ou são linchados.
Ainda assim, por temor da patrulha nas redes sociais, ocupadas por esses milicianos, sempre fizeram uma cobertura favorável aos protestos e hostil à polícia — que, na esmagadora maioria das vezes, apenas reagiu à violência, não a promoveu.
Durante todo esse tempo, onde esteve José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça? Onde esteve Maria do Rosário, ministra dos Direitos Humanos? Onde esteve Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e homem responsável pelo diálogo com os chamados movimentos sociais?
Por incrível que pareça, toda essa gente, cada um à sua maneira, estava dando a sua dose pessoal de contribuição à barbárie, pondo mais lenha na fogueira. Não custa lembrar que Cardozo é um dos primeiros incitadores, ainda que não tivesse sido essa a pretensão, dos confrontos de rua, que os feiticeiros do Planalto imaginavam que ficariam restritos a São Paulo.
Ainda voltarei a esse tema muitas vezes. Não dá mais! É intolerável! Há homicidas nas ruas disfarçados de manifestantes. É preciso que a gente comece a chamar esses caras pelo nome que eles têm.

Por Reinaldo Azevedo

O círculo vicioso - Lerrer Rosenfeld - O Estado de São Paulo - 10/02/2014




Denis Lerrer Rosenfield* - O Estado de S.Paulo
Os fatos são aterradores. Três moradores de Humaitá (AM) foram sequestrados e, posteriormente, assassinados por um grupo de indígenas da etnia tenharim. Foram mortos com armas de fogo, segundo a Polícia Federal, que conduz as investigações, com o auxílio, decisivo, do Exército Brasileiro.
Paira sobre esse fato, porém, um silêncio, mais que constrangedor, da Funai e dos ditos movimentos sociais, embora noticiado pelos principais meios de comunicação. Quando há uma manifestação, como a da presidente da Funai, é de que esse órgão não está bem a par do que aconteceu. Como assim? Desconhecimento, omissão ou má-fé?
Houve, anteriormente, a morte de um cacique num acidente de moto, algo, infelizmente, banal no País. Contudo um responsável da Funai na região se apressou a dizer que essa morte se devia a questões obscuras, não elucidadas. Tal declaração foi o estopim para que um grupo de indígenas sequestrasse três habitantes da região - um técnico da Eletrobrás, um representante comercial e um professor - que simplesmente trafegavam por uma rodovia.
Lá, sem nada saber, o responsável da Funai dizia saber o que havia acontecido, apesar de todas as evidências em contrário. Agora que as evidências são expostas à luz do Sol, ninguém sabe nada. Diga-se de passagem que esse funcionário, dada a sua irresponsabilidade, foi exonerado de suas funções. O estrago, no entanto, já estava feito. E a irresponsabilidade perdura!
A dita represália indígena por um ato criminoso inexistente terminou suscitando a revolta dos moradores da região, que, clamando por justiça e exigindo a busca dos desaparecidos, acabaram ameaçando os indígenas, queimando os postos de pedágio e atacando algumas aldeias, sem que ninguém tenha saído ferido ou morto. Tampouco isso deve ser tolerado. Aliás, os "pedágios" queimados nem deveriam existir, porque são ilegais. Há muito as autoridades indigenistas deveriam ter tomado medidas para removê-los. Nada fizeram e acirraram os conflitos.
A Secretaria de Direitos Humanos, sempre tão pronta a reagir quando acontece qualquer coisa a um grupo que considera privilegiado do ponto de vista de sua atuação, guarda um silêncio obsequioso. A atitude não deixa de ser paradoxal. Em sua peculiaríssima concepção do humano, exclui todos os que são assassinados por uma questão das mais torpes, tendo como autores seus "humanos" escolhidos. Será que os assassinados não são humanos?
Se um indígena morre num acidente de moto, temos uma comoção nacional e mesmo internacional. Se três não indígenas são assassinados, é como se fosse irrelevante. Há assassinos brancos e indígenas e todos devem ser tratados com o mesmo rigor da lei. Já dizia Darcy Ribeiro que os indígenas não são melhores nem piores que os não indígenas. São simplesmente iguais, humanos nesse sentido. Não pode haver dois pesos e duas medidas.
A Comissão Pastoral da Terra, órgão esquerdizante vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vem, aliás, de publicar um relatório sobre as mortes de indígenas no Brasil listando entre os mortos o cacique Ivan Tenharim, que, sim, morreu, mas, como mencionado, num acidente de moto, o que foi reconhecido por seu próprio filho. Ou seja, o filho do cacique reconhece que o pai morreu num acidente!
O abuso ideológico parece, todavia, não ter limite algum. Trata-se simplesmente de sua exploração política. "Estatísticas" desse tipo, de pouquíssima credibilidade, como se pode ver, têm o objetivo de sempre culpar os empreendedores rurais, o "latifúndio", a "monocultura", e assim por diante. Eis outra forma de "estatística criativa"!
Há todo um panorama de fundo que revela, para além dos assassinatos, o fracasso da política indigenista em vigor. Uma coisa é a imagem vendida, voltada para capturar a simpatia dos incautos que vivem nas grandes cidades, outra é a realidade, que resiste ferozmente a esse tipo de exploração da opinião púbica.
Segundo a Funai, o Conselho Indigenista Missionário e as ONGs indigenistas, os indígenas viveriam reclusos, à margem da civilização, sobrevivendo de caça e pesca. Esse é o discurso vendido à mídia em geral e amplamente comprado. Note-se que os indígenas da região possuem terras suficientes. O problema não é fundiário, ao contrário do que é corriqueiramente alardeado.
Ora, cada casa na aldeia tem uma moto em frente e elas são dotadas de TV e internet. Os indígenas vivem a maior parte do tempo, mesmo trabalhando, em cidades, como Humaitá. São, pois, aculturados - embora a Funai deteste esse nome, que contraria tudo o que faz. Querem, isso sim, as comodidades da civilização e não sua subtração. Querem o bem-estar que almeja todo brasileiro. Deveriam ser contemplados em suas demandas, com políticas sociais (educação, saúde, emprego, moradia e luta contra o preconceito) que atendessem às suas exigências. Trata-se do seu direito!
Mais importante ainda foi a declaração de um cacique de que o modelo indigenista da Funai está ultrapassado. Um cacique do Norte do Brasil tem a mesma posição dos "ruralistas", ambos coincidindo na ideia de que o País deve sofrer uma profunda revisão de sua política indigenista.
Mas a Funai procura aproveitar-se da situação, dizendo que o problema geral do País é meramente fundiário. Ou seja, esse órgão estatal vive da ficção ideológica de fazer do Brasil uma espécie de museu indigenista, na verdade, uma forma de zoológico. Não são os interesses dos indígenas que são atendidos, mas as posições ideológicas verbalizadas em escala nacional e global pelos ditos movimentos sociais e pelas ONGs indigenistas.
O círculo é totalmente vicioso. Os indígenas responsabilizam a Funai, que, por sua vez, culpa os produtores rurais, que reagem às provocações, que repercutem na mídia como se fossem eles os responsáveis pelos conflitos indígenas. O status quo só favorece os semeadores de conflitos e de violência.
*Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRGS. E-mail:denisrosenfield@terra.com.br 

A barbárie brasileira e a gritaria dos hipócritas. Ou: Não adote um bandido; adote as pessoas de bem. Ou ainda: O linchamento de Sheherazade - Blog do Reinaldo Azevedo de 10/02/2014



A VEJA fez muito bem em estampar na capa da edição desta semana um emblema da barbárie brasileira. Emblema é mais do que retrato, é mais do que fotografia; é um símbolo. A reportagem aborda os vários fatores que concorrem para o processo de “incivilização” do Brasil. Fazer justiça com as próprias mãos, obviamente, é uma das manifestações de uma sociedade doente. O procedimento tem de ser repudiado de maneira clara, inequívoca, sem ambiguidades. Não custa lembrar que as milícias no Rio e os matadores das periferias das grandes cidades brasileiras nascem do sentimento de autodefesa e logo se transformam em franjas do crime organizado.
O estado tem de conservar o monopólio do uso legítimo da força — até porque essa conversa tem um pressuposto: estamos falando do estado democrático. Exposto o princípio de maneira solar, vamos ver agora como algumas almas e penas farisaicas resolveram se apropriar do tema e sair gritando, como costumo ironizar, feito o coelho do filme Bambi: “Fogo na floresta! Fogo na floresta!”.
Em 2012, foram assassinadas no Brasil 50.108 pessoas. Em três anos, a guerra civil na Síria, estima-se, matou uns 100 mil. No período, 150 mil brasileiros foram assassinados. Boa parte dos que gritam agora contra os justiçamentos e linchamentos — e todos temos mesmo de fazê-lo — estavam onde? Fazendo o quê?
Não sou governo. Não tenho partido político. Não faço política. O único instrumento de que disponho para tratar do assunto é o teclado. Neste blog, sei lá quantas dezenas de textos, talvez centenas, escrevi a respeito! Na Rádio Jovem Pan, já comentei o assunto mais de uma vez. Na Folha, no dia 10 de janeiro, num texto intitulado “Mortos sem pedigree”, escrevi (em azul):
Em novembro, veio a público o Anuário Brasileiro de Segurança Pública com os dados referentes a 2012. Os “crimes violentos letais intencionais” (CVLI) somaram 50.108, contra 46.177 em 2011. A taxa saltou de 24 para 25,8 mortos por 100 mil habitantes. Na Alemanha, é de 0,8. No Chile, 3,2. Os “CVLI” incluem homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Nota: esses são números oficiais. A verdade deve ser mais sangrenta.
Segundo a ONU, na América Latina e Caribe, com população estimada em 600 milhões, são assassinadas 100 mil pessoas por ano. Com pouco menos de um terço dos habitantes, o Brasil responde por mais da metade dos cadáveres. O governo federal, o PT, o PMDB, o PSDB e o PSB silenciaram. Esse é um país real demais para produtivistas, administrativistas e nefelibatas. A campanha eleitoral já está aí. Situação e oposição engrolarão irrelevâncias sobre o tema. Prometerão mais escolas e mais esmolas. Presídios não!
Algumas dezenas de black blocs mobilizaram o ministro da Justiça, os respectivos secretários de Segurança de São Paulo e Rio e representantes da OAB, do CNJ e do Ministério Público. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, quer até um fórum de conciliação para juntar policiais e manifestantes. Sobre a carnificina de todos os dias, nada! Quem liga para cadáveres “pobres de tão pretos e pretos de tão pobres”, como cantavam aqueles? No país em que os aristocratas são, assim, “meio de esquerda”, segurança pública é assunto da “direita que rosna”, certo? Os 400 e poucos mortos da ditadura mobilizam a máquina do estado e a imprensa. É justo. Os 50 mil a cada ano só produzem silêncio. Dentro e fora dos presídios, são cadáveres sem pedigree.
Retomo
O Sindicato dos Jornalistas do Rio pediu a cabeça de Rachel Sheherazade, jornalista e apresentadora do SBT, em razão de um comentário que ela fez sobre aquele rapaz que foi atado pelo pescoço. Não endosso boa parte do que ela disse. É preciso, reitero, deixar claro com todas as letras que aquela não é uma solução — e, a rigor, ela não disse que é. Faz-se necessário evidenciar que se trata de outro crime. Mas parte de suas observações procede, sim, e vai ao ponto: dissemina-se, de maneira perigosa, preocupante, a sensação do homem comum de que lhe cabe fazer alguma coisa, já que, para expor a ideia genérica, “ninguém faz nada”.
Estamos começando a chegar a um limiar perigoso. É claro que a gritaria mais estridente contra Sheherazade — que parte de gente que nunca deu 10 tostões pelos mais de 50 mil cadáveres brasileiros a cada ano — tem muito pouco de humanidade, de piedade, de bondade congênita ou algo assim. É ideologia! Há muito tempo esperavam que ela cometesse um erro para maximizá-lo no limite do insuportável, declarando, então, que ela tem de ter a cabeça cortada. É um caso clássico de farisaísmo, de gente que apela a supostos “fundamentos” para eliminar aqueles que considera incômodos.
Leio, por exemplo, um texto contra Sheherazade assinado por um notório defensor de mensaleiros; que andou se esmerando, há coisa de 15 dias, em, ora vejam!, nos recomendar que ouvíssemos o que Henrique Pizzolato tinha a dizer. É isso mesmo! Imaginem quantas criancinhas poderiam ter sido tiradas da pobreza com aqueles mais de R$ 70 milhões do Fundo Visanet, né? Outro, uma espécie de intérprete permanente da alma de José Dirceu, também quer ver pendurada no poste a cabeça da jornalista. E fica evidente que não é só por causa do comentário que ela fez: é pelo conjunto da obra.
Hipócritas!
Farsantes!
Vigaristas!
Se perguntarem a esses delinquentes morais quem é Fabrício Proteus, eles dirão de primeira: “É a vítima da Polícia de São Paulo” — aquela “vítima”, vocês sabem, que avançou com estilete contra PMs. Mas perguntem quem é Alda Rafael. Nunca ouviram falar. É possível que nem vocês se lembrem porque o caso logo desapareceu. Trata-se da policial que levou um tiro pelas costas no Complexo da Penha, no Rio.
Direitos humanos
Não se trata de saber se direitos humanos devem existir também para bandidos. Os direitos humanos, vejam que coisa!, humanos são — e deles ninguém se exclui ou pode ser excluído. Ponto final. A questão é de outra natureza: cumpre tentar entender por que esses prosélitos mixurucas, esses propagandistas vulgares, jamais se ocupam da guerra civil que está em curso no Brasil há décadas. Então os mais de 50 mil que morrem por ano no país não merecem a sua atenção?
Sei que pode parecer estranho a esses oportunistas, mas Sheherazade não amarrou ninguém. A violência que a gente vê é só um pouco da violência que a gente não vê. Os linchamentos se espalham Brasil afora. Os mais de 50 mil homicídios a cada ano no país é que mereciam uma “Comissão da Verdade”. Por que os que agora pedem a cabeça de uma apresentadora de TV jamais se ocuparam das 137 pessoas (média) que são assassinadas todos os dias no Brasil? Por que não acenderam, como vela, ao menos um adjetivo piedoso por Alda Rafael?
Os imbecis tentarão ler no meu texto o que nele não está escrito. Dou uma banana para os tolos. Quanto mais eles recorrem à tática da desqualificação, mais leitores vão chegando — e, agora, mais ouvintes também. Não dou a mínima. Não me deixo patrulhar. Sim, eu acho que os que prenderam aquele rapaz pelo pescoço têm de ser punidos. Eu acho que os que recorrem a linchamentos também têm de arcar com as consequências.
Mas acho igualmente que essa gente que decide resolver por conta própria — que também é pobre de tão preta e preta de tão pobre — merece ter estado, merece ter segurança, merece ter proteção. Se sucessivos governos se mostram incapazes de dar uma resposta — por mais que eu deteste, por mais que eu ache que o caminho errado, por mais que eu tenha a certeza de que a situação só vai piorar —, as pessoas farão alguma coisa.
Parece-me que foi esse o sentido que Sheherazade deu à palavra “compreensível” — o que não implica necessariamente um endosso. Os historiadores já se debruçaram sobre os fatores que tornaram “compreensível” a eclosão dos vários fascismos na Europa do século passado ou da revolução bolchevique na Rússia. Compreender um fenômeno não quer dizer condescender com ele. Eu, por exemplo, penso que é compreensível que o PT tenha chegado ao poder, entenderam?
Ainda que, reitero, avalie que o comentário foi, sim, desastrado. Mas tentar linchar Sheherazade moralmente, aí já é um pouco demais! Estranha essa gente: defende o direito de defesa para os bandidos mais asquerosos — e nem poderia ser diferente —, mas pede a execução sumária de alguém por ter emitido uma opinião infeliz.
E por quê?
E por que se silencia de maneira sistemática, contumaz, cínica, sobre a guerra civil brasileira? Naquele artigo da Folha, sintetizei a razão (em azul):
E por que esse silêncio? É que os fatos sepultaram as teses “progressistas” sobre a violência. A falácia de que a pobreza induz o crime é preconceito de classe fantasiado de generosidade humanista. A “intelligentsia” acha que pobre é incapaz de fazer escolhas morais sem o concurso de sua mística redentora. Diminuiu a desigualdade nos últimos anos, e a criminalidade explodiu. O crescimento econômico do Nordeste foi superior ao do Brasil, e a violência assumiu dimensões estupefacientes.
Os Estados da Região estão entre os que mais matam por 100 mil habitantes: Alagoas: 61,8; Ceará: 42,5; Bahia: 40,7, para citar alguns. Comparem: a taxa de “CVLI” de São Paulo, a segunda menor do país, é de 12,4 (descarta-se a primeira porque inconfiável). Se a nacional correspondesse à paulista, salvar-se-iam por ano 26.027 vidas.
Com 22% da população, São Paulo concentra 36% (195.695) dos presos do país (549.786), ou 633,1 por 100 mil. A taxa de “CVLI” do Rio é quase o dobro (24,5) da paulista, mas a de presos é inferior à metade (281,5). A Bahia tem a maior desproporção entre mortos por 100 mil e (40,7) e encarcerados: 134. Estudo quantitativo do Ipea (aqui) evidencia que “prender mais bandidos e colocar mais policiais na rua são políticas públicas que funcionam na redução da taxa de homicídios”.
Isso afronta a estupidez politicamente correta e cruel. Em 2013, o governo federal investiu em presídios 34,2% menos do que no ano anterior — caiu de R$ 361,9 milhões para R$ 238 milhões. Para mais mortos, menos investimento. Os progressistas meio de esquerda são eles. Este colunista é só um reacionário da aritmética. Eles fazem Pedrinhas. Alguém tem de dar as pedradas.
Encerro
Boa parte dos que estão vociferando não está nem aí para os pobres, os humilhados etc. Estes coitados servem apenas de pretexto para aquela turma perseguir os de sempre. Não fosse assim, esses bacanas estariam mobilizados, cobrando uma ação do estado brasileiro para pôr fim ao Açougue Brasil, especializado em carne humana.
Por Reinaldo Azevedo

Monday, February 03, 2014

A erva daninha - Coluna de Luiz Felipe Pondé - Folha de S. Paulo - 03/02/2014

Que tal nesse início de 2014 todos os motoristas de automóveis privados deixarem seus carros em casa e irem de ônibus para o trabalho e para a faculdade? Ah! Melhor ainda: levar e buscar seus filhos na escola.
Que tal tomar de assalto o busão para também terem o direito de usar as faixas de ônibus da cidade? Faixas estas que destruíram o já frágil equilíbrio do trânsito de nossa cidade.
Claro, cara-pálida, que um bom transporte coletivo é essencial para uma cidade como São Paulo. Isso nada tem a ver com essas faixas sem planejamento prévio. Quando se tem um bom transporte coletivo, as pessoas usam menos o carro. Aqui, o transporte coletivo é domínio dos mais pobres, porque eles não podem comprar carros. Quando podem, compram feito loucos.
Resolver o problema do transporte coletivo nada tem a ver com espremer os carros em faixas minúsculas nas ruas.
Uma manifestação dessa traria abaixo o populismo da prefeitura com suas faixas de ônibus. Claro que os ônibus iriam explodir de gente, as filas iriam dobrar as fronteiras do Estado, as brigas para entrar no ônibus iriam ficar para a história, as pessoas iriam chegar atrasadas ao trabalho, a economia iria para o saco (mas tudo bem, porque ninguém precisa de economia, só de dogmas políticos populistas).
Zygmunt Bauman, sociólogo famoso, em um de seus clássicos, "Modernidade e Ambivalência", fala do Estado moderno como "Estado jardineiro". A característica desse tipo de Estado é decidir quem é flor e quem é erva daninha. Claro que essa discussão se dá dentro das consequências totalitárias do Estado moderno. Quanto mais "jardineiro", maior o risco de ser autoritário. Nossa prefeitura é jardineira, e os motoristas (incluindo os taxistas) são sua erva daninha.
Os motoristas viraram a erva daninha da cidade. Ciclistas já os odiavam quando passavam com seu ar de santo ecológico pelos pobres coitados dos motoristas que não moram numa "pequena Amsterdã", como a moçada da classe média alta que mora perto do trabalho ou da "facul", ou que tem um trampo fácil, sem horas duras, ou ganha muito bem ou tem grana de outra fonte e então pode ir de bike para o trabalho ou para a "facul". Quem anda de bike para salvar o planeta é playboy light.
Agora as faixas de ônibus decretaram a ilegitimidade de ter carro. Motorista de carro aqui logo será tratado a pauladas pela cidade. Mas está na moda no Brasil o uso de termos como "casa-grande e senzala" (usando de forma equivocada o conceito de Gilberto Freyre) para contaminar o país com ódio de classe (para ressuscitar o finado conceito de luta de classes) ou ódio de raças. Isso vai dar em coisa ruim muito em breve.
O ódio ao motorista virou demonstração de consciência social e ambiental -outro modismo contemporâneo. Esquece-se que essas pessoas são cidadãs como todas as outras. Que pagam impostos exorbitantes para comprar os carros e IPVA todo ano. Pagam IPVA, mas logo não terão direito de andar de carro pela cidade. Nada de novo no front: os brasileiros estão acostumados a pagar impostos e não ter nada em troca.
E mais: é o próprio governo federal que estimula a compra de carros adoidado e sustenta seus índices de "sucesso" econômico na compra de carros. Que tal parar de pagar IPVA, já que os motoristas não têm mais o direito de andar na rua?
Claro que a playboizada que gosta de estimular ódio social vai dizer que motorista de carro não deve ter direito nenhum porque é parte das "zelite". Mentira: a maioria dessas pessoas corre de um lado para o outro para trabalhar, estudar, levar filhos à escola e cumprir suas obrigações. E agora viraram a erva daninha da cidade.
Tudo muito bonitinho, mas os mais pobres sonham em comprar seus carros para poder levar sua mina para passear.
O Brasil sempre foi um circo. Agora, com uma nova dramaturgia cômica: inauguramos o circo com pautas sociais. As ruas de São Paulo viraram um picadeiro. E nós, os palhaços.
Desgraçadamente, a América Latina é o único continente que ainda leva a sério esse papinho de luta de classes. Somos atrasados e vamos ser sempre a vanguarda da política como circo.