Friday, June 27, 2008

O PAÍS DE IDIOTAS E ESTADO-DEPENDENTES DE LULA E TEMPORÃO - Blog do Reinaldo Azevedo de 26/06/08

José Gomes Temporão, o ministro da dengue, é um desastre. A instalação de máquinas de camisinha em 400 escolas é uma estupidez. Alguns cretinos inferem que escrevo isso porque me sinto moralmente ofendido. Tolice. Escrevo porque, reitero, o aporte teórico que sustenta a medida está obviamente errado.

Recuemos um pouco no tempo, a 7 de março do ano passado, aqui neste blog (em azul):

Lula lançou um plano para conter a disseminação da Aids entre as mulheres. E pediu o fim da “hipocrisia no país”. Mandou ver:
- "Vamos fazer o combate à hipocrisia no País. Preservativo tem que ser doado e ensinado como usar. Sexo tem que ser feito e ensinado como fazer, somente assim teremos um País livre da aids";
-"Não tem como carimbar na testa de um adolescente quando é momento de começar a fazer sexo. Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta, é uma necessidade orgânica do ser humano, portanto o que nós precisamos fazer é ensinar";
-"É preciso melhorar a massa encefálica dentro do cérebro para as pessoas compreenderem que as mulheres devem ser respeitadas".

As considerações de Lula sobre moral sexual e escolhas individuais não devem nada a seu conhecimento sobre anatomia. “Massa encefálica dentro do cérebro” é o mesmo que dizer “massa cerebral dentro do cérebro”. Lula é uma ignorância redundante.
As escolas do país de Lula não conseguem ensinar português e matemática. Mas ele tem a ambição de que o governo ensine as pessoas a fazer sexo, “uma necessidade fisiológica do ser humano”. A que ponto chegamos...
Fazer um discurso ligeiro como esse num país em que a gravidez na adolescência é um grave problema é coisa de gente irresponsável. As meninas não engravidam porque seus parceiros, ou elas próprias, não usam camisinha. Engravidam porque estão fazendo a escolha errada. E continuarão a engravidar enquanto estiverem escolhendo mal. Porque também será uma má escolha não usar a camisinha ainda que possam usá-la.

Bobagem
Vocês conhecem os adolescentes, não? Todos nos já passamos por essa fase um dia. A tal máquina, em vez de induzir a responsabilidade, tende a virar um pólo de atração e a impor a prática sexual precoce a quem eventualmente não se sinta ainda preparado para tanto, especialmente entre os rapazes. Acho que não preciso explicar por quê. No caso das meninas, as que conseguirem superar o constrangimento correm o risco de ficar marcadas na escola — “foram vistas nas máquina”.

Temporão não se dá conta do tamanho da sua irresponsabilidade. É preciso ter pisado numa sala de aula um dia para que se tenha noção do tamanho da bobagem. Não haverá curso de educação sexual que consiga dar conta dos prejuízos. Se o governo quer distribuir camisinhas — não estou entre os que acham esta uma política correta, mas não trato disso agora —, que o faça de forma eficiente na rede pública de saúde municipal, estadual e federal. Na escola, não. Na escola, é um convite à pratica sexual, uma papel que não cabe à educação.

Trata-se, também, de uma intromissão estatal indevida na educação familiar. Ainda que o filósofo Lula e Temporão, o Comissário do Povo para Assuntos Sexuais, queiram tirar do sexo o seu caráter de opção moral, não conseguirão. Uma coisa é ministrar informações objetivas nas aulas — ainda que eu duvide da eficiência do procedimento —, outra, diferente, é interferir de forma tão invasiva em escolhas privadas.

Temporão não sabe como controlar mosquitos da dengue. Ele conta apenas com o frio para reverter o flagelo da doença. Também não sabe como fazer um sistema de saúde funcionar com R$ 40 bilhões a mais ou a menos. Noto que ele produziu a miséria no setor com a grana da CPMF. Mas ele quer ser o nosso Marquês de Pombal dos costumes. Quer ser um reformador. E certamente acredita estar afrontando o que Marcelo Coelho, da Folha, talvez chame a “extrema direita católica”. Não por acaso, não faz tempo, enquanto os mosquitos infestavam silenciosamente o país, Temporão fazia barulho com a sua proposta de descriminar o aborto, que ele pretendia fosse feito pelo SUS, o mesmo que deixa os pacientes morrendo à mingua pelos corredores.

Os técnicos que endossaram esse programa estão mais interessados em contestar um padrão que consideram “conservador” do que em combater, de fato, a disseminação do vírus da aids.

E há, obviamente, a questão de fundo, que é a cultura dos estado-dependentes que se está criando no país. Como bem escreveu aqui certa feita um leitor:
Vai transar? O governo dá camisinha.
Já transou? O governo dá pílula.
Engravidou? O governo dá o aborto.
Teve filho? O governo dá o Bolsa Família.
Tá desempregado? O governo dá bolsa desemprego.
Vai prestar vestibular? O governo dá o bolsa cota.
Não tem terra? O governo dá o bolsa invasão e ainda aposenta.
É um circulo vicioso manejando a manada.


E é do espírito de manada que trata o texto abaixo.


Por Reinaldo Azevedo

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