Tuesday, June 24, 2008

Dois fetiches: impostos e “igualdade” - Blog do Reinaldo Azevedo - 23/06/08

(ler primeiro o post abaixo)
Começo pelo que é uma militância. Pochmann, Pochmann... Qual é o problema deste rapaz? A cada dez declarações que dá, ele pede a elevação de impostos em 11. A última do valente é sugerir um Imposto de Renda de padrão sueco para serviços de padrão haitiano prestados pelo estado. Sua justificativa certamente é tão verossímil quanto mentirosa: quando tivermos uma alíquota de 60% do Imposto de Renda para altos salários, sobrarão mais recursos para a saúde, por exemplo. É mesmo? Pochmann só não conseguiria explicar como o governo que ele integra aumentou o funcionalismo público federal em mais de 200 mil pessoas — e a Saúde continua no padrão haitiano. Era assim com CPMF. É assim sem CPMF.

Essa tal “desigualdade” é o último fetiche que resta às esquerdas. Ela pode ser grande ou pequena, e daí? No máximo, existe uma correlação com a situação dos pobres e miseráveis, não uma relação de causa e efeito; é só uma circunstância. A distância, em Cuba ou na Coréia do Norte, entre “o mais rico” e o “mais pobre” deve ser pequena. Aquilo é bom? Na ditadura chinesa, com o seu “comunismo” muito particular, a distância certamente é maior do que no Brasil. No entanto, aquele país tirou 400 milhões de pessoas da miséria em 15 anos — 0,89 indivíduo por segundo; o mundo nunca viu nada igual: obra do “neoliberalismo”.

A desigualdade pode ser estratosférica, desde que se tenha um piso que garanta condições dignas de vida. E esse piso não se constrói, de forma sólida e sustentada, com medidas fiscais. Isso é um tara e um fetiche da esquerdopatia. “Ah, na Suécia, a diferença é menor do que no Brasil”. Tá bom. Então importem a economia sueca, a sociedade sueca, os serviços suecos... Pochmann quer começar importando os impostos suecos. Espertinho o rapaz.


Por Reinaldo Azevedo

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