Friday, June 13, 2008

Lula, o inimputável - Blog do Reinaldo Azevedo - 13/06/08

Trecho da coluna de Merval Pereira no Globo de hoje intitulada “Sem constrangimentos”:

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[Roberto] Teixeira pode não ter feito nada de ilegal, embora restem dúvidas sobre alguns pontos, mas sua atuação, digamos, desassombrada, permite a classificação de "imoral" dada por Denise Abreu no depoimento no Senado. E também sua filha Waleska Teixeira, que teve a petulância de se apresentar à diretora da Anac como "afilhada" do presidente.
Há, além do mais, relatos que revelam que Teixeira tinha um codinome íntimo nos círculos de poder. Era "o papai". No tempo em que os bichos falavam, e as questões morais eram levadas em conta na vida pública, um advogado como Roberto Teixeira, o compadre do presidente Lula, não poderia atuar em questões que envolvessem decisões do governo.
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Evitar que a "liturgia do cargo" de presidente da República seja afetada por atividades de amigos e parentes deveria ser prioridade do homem público, mas Lula considera-se acima do bem e do mal, e em condições da fazer tudo aquilo que criticava em seus antecessores.
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O investimento de R$ 5 milhões em 2006 que a Telemar injetou na Gamecorp, empresa que tem Lulinha entre seus sócios, não apenas causou espécie na ocasião pela singularidade do negócio, como inevitavelmente torna vulnerável a decisão do governo de permitir a união entre a Oi/Telemar e a Brasil Telecom para a criação de uma supertele nacional, com financiamento do BNDES.
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O mesmo PT que caiu de pau no governo de Fernando Henrique Cardoso quando o BNDES ajudou na formação de grupos para disputar a privatização das telefônicas, e viu irregularidades e interesses escusos em todos os estímulos dados pelo governo, agora no governo atua diretamente para viabilizar esse supernegócio, e atuou na venda da Varig, acrescentando o toque familiar às inevitáveis acusações de favorecimento.
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Por Reinaldo Azevedo

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