Monday, March 10, 2008

O abismo moral a que nos levou o terrorismo - Blog do Reinaldo Azevedo - 06/03/08

Dois iluministas das utopias redentoras do extremismo islâmico, pensando apenas no bem da humanidade e movidos pelo sacrossanto (ops!) direito de reagir ao expansionismo sionista — vocês sabem, né?, a velha conspiração judaica revelada pelos Protocolos — invadiram uma escola judaica de Jerusalém e resolvem fazer justiça, matando ao menos sete pessoas e ferindo, estima-se, outras 40. Ouvirei Marco Aurélio Garcia a respeito. Seria a ação um ato terrorista? Seria a ação um ato beligerante? Seria a ação apenas uma forma um tanto enfática de construir a paz? Ah, sim: o Brasil não reconhece o Hamas, o Hizbollah e outras ONGs humanitárias da mesma espécie como terroristas.

Como os israelenses são péssimos em propaganda, os corpos não serão exibidos como troféus pelas ruas de Jerusalém. A tendência é que façam cerimônias fúnebres discretas. Mas vocês sabem: Israel tende a reagir, o que é uma coisa muito feia. Eu agora mudei: também virei esquerdista, anti-sionista, palestinista, “saidista”, o diabo que nos carregue: acho que os judeus deveriam apenas ficar imprecando no Muro das Lamentações, enquanto os democratas iluministas do Islã os vão empurrando em direção ao mar.

Mal de nossa era
Então não é assim que a esquerda deveria dar a notícia acima? Ora, vejam que maravilha: os culpados pela existência de vítimas do terror, agora, são as vítimas do terror!!! As Farc seqüestram pessoas? Cumpre a Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, ceder às exigências dos seqüestradores — mais as da Venezuela, Brasil, França e idiotas menos cotados. Os terroristas islâmicos matam estudantes? Cumpre a Israel não reagir e proteger os palestinos.

Cabe a Israel, inclusive, vejam que fantástico, pensar na população civil de Gaza, onde o terror usa crianças e mulheres como escudo.

Então fica combinado assim: os terroristas de Gaza ou mesmo da Cisjordância dedicam o seu tempo a fazer vítimas civis em Israel — e notem que toda a política de segurança do país busca distinguir civis de militares. Mas não basta ao país proteger apenas os seus civis. Tem de proteger também os civis de quem o ataca, de sorte que a segurança do povo palestino também é uma obrigação israelense.

Se prestarmos atenção ao detalhe do que diz essa gente, chega-se facilmente ao Holocausto. E o corolário é este: um povo que passou por isso não tem o direito de matar ninguém nem sob o pretexto de se defender.

É verdade, gente! O único direito do povo judeu é continuar a morrer.



Por Reinaldo Azevedo

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