Friday, November 07, 2008

A FARSA RACIALISTA: OBAMA FOI ELEITO PELOS BRANCOS - Blog do Reinaldo Azevedo - 05/11/08

A nossa sorte é que jornalistas e analistas políticos não constroem casas, ou elas cairiam sobre nossas cabeças. Também não são cirurgiões, ou arrancariam as vísceras do paciente ao tentar lhes reparar algum mal. Obama, o suposto candidato de uma minoria nos EUA, foi ELEITO PELOS BRANCOS, mas a clivagem que se faz para analisar o resultado é a racial. É UM MOVIMENTO DE ESTUPIDEZ COLETIVA. É o triunfo do politicamente correto sobre a razão. Os números são inquestionáveis. E, ademais, se é para falar em racismo, então racistas foram os negros e os hispânicos, que teriam VOTADO CONTRA UM BRANCO.

OCORRE QUE A MAIORIA VOTOU CONTRA BUSH E NÃO NA PELE DE BARACK OBAMA.
E, dados os números, quem elegeu Barack Obama presidente FORAM OS BRANCOS. Basta fazer as contas (com os dados disponíveis e segundo o voto declarado, é bom deixar claro).

Quantas pessoas votaram?
153,1 milhões

Quantas são negros?
13% - ou 19,9 milhões
Quantos negros declararam ter votado em Obama?
95% ou 18,91 milhões

Do total de eleitores, quantos são hispânicos?
8% ou 12,25 milhões
Quantos hispânicos declararam ter votado em Obama?
66% ou 8,09 milhões

Do total de eleitores, quantos são brancos?
74% ou 113,29 milhões
Quantos brancos declararam ter votado em Obama?
43% ou 48,71 milhões

LOGO, VOTARAM EM OBAMA
- 27 milhões de negros e hispânicos
- 48,71 milhões de brancos

Assim, sendo verdadeiros os dados, fica evidente que:
- os brancos elegeram Barack Obama, não os negros ou hispânicos;
- se alguém quiser falar em racismo, então é o caso de procurá-lo entre os negros principalmente, e secundariamente entre os hispânicos;
- o famoso “racismo” entre os brancos é uma questão, hoje, que tem importância apenas para a militância das minorias, como sempre. Os brancos que votaram em Obama acharam que a cor da pele não tem importância ou, vá lá, é menos importante do que as restrições todas que têm ao governo Bush.

Vivemos a era do surrealismo analítico. É uma sorte — para ele próprio — que Obama não seja tão idiota quanto seus entusiastas. Se tivesse feito o discurso racial que fazem os analistas, é evidente que não teria sido eleito. Por isso, habilmente, driblou a questão e falou sempre em superar essa clivagem. Por isso omitiu a questão até e seu discurso da vitória, preferindo reafirmar a vitalidade da democracia americana.

E como! O sistema é realmente forte. Afinal, um candidato apresentado como representante de 13% da população — de todo modo, é mentira: “metade” de Obama pertence ao grupo de 74% dos americanos — é eleito como uma impressionante massa de votos do grupo que a militância apresenta como um rival. Ele não caiu nessa esparrela. Continuo no post seguinte.


Por Reinaldo Azevedo

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