Tuesday, October 16, 2007

Uma breve história política da dengue. Ou: quero Cruvinel e Franklin matando mosquito - Blog Reinaldo Azevedo - 16/10/07

Leram esta matéria sobre a dengue no Estadao On line? Vejam. Volto em seguida. Por Eduardo Kattah:O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu que o Brasil passa por uma epidemia de dengue e classificou como “injustificável” e “inadmissível” o número de 121 mortes em decorrência da doença no Brasil este ano. Temporão participou do lançamento da campanha nacional de mobilização contra a doença, em Belo Horizonte. Ele afirmou que o índice de óbitos significa deficiência no atendimento da dengue hemorrágica. Conforme dados do Ministério da Saúde, nos nove primeiros meses deste ano, o País registrou 480 mil casos da doença, o que representa um aumento de cerca de 50% em relação ao ano passado.O tema da campanha deste ano é “Combater a dengue é um dever meu, seu e de todos. A dengue pode matar”. A campanha será veiculada de forma regionalizada. Na capital mineira, o ministro informou também que está sendo finalizado o projeto de lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais.Temporão defendeu que, nas discussões sobre novos marcos regulatórios para as concessões de TVs, as emissoras sejam obrigadas a “abrir espaço” em horário nobre para a divulgação de informações que o governo “considere relevantes do ponto de vista da saúde pública” e de outras áreas. “E acabar com essa história de que na verdade eles estão fazendo um favor ao governo. É uma obrigação”, disse. Na capital mineira, ele também se reuniu com o governador Aécio Neves (PSDB), no Palácio das Mangabeiras. Temporão fez uma veemente defesa da prorrogação da CPMF, engrossando a ofensiva do Planalto.VolteiHaverá o dia em que os brasileiros ligarão o homem à obra? Não sei.No dia 25 de fevereiro de 2002, Bernardo Kucinski, um petista que fez parte da equipe de comunicação do primeiro governo Lula, escreveu no site Observatório da Imprensa (por que não?) uma nota chamada “O fantasma da dengue persegue Serra”. Eis o texto: “No Rio, ninguém pode ser convencido de que Serra foi um bom ministro da saúde. As mortes e a dimensão da epidemia falam mais forte. O Globo de domingo tem um caderno especial sobre a dengue, mostrando como a epidemia penetrou em todos os espaços do cotidiano carioca. As manchetes de ontem e de hoje são sobre o perigo de os planos de saúde subirem seus preços por causa da dengue. Um em cada dez cariocas está faltando ao trabalho por causa da dengue. Todos se sentem ameaçados e entidades da sociedade civil começam a agir frente à inépcia das autoridades. Deputados do Rio, informa o JB de hoje, vão pedir uma CPI da dengue.”Reportagem da Folha em 20/09/2002: “O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou duramente a administração de José serra no Ministério da Saúde durante discurso na quadra da escola de samba Mangueira, no Rio de Janeiro. Sem citar Serra nominalmente, Lula atacou a política de combate à dengue adotada pelo governo federal nos últimos anos e disse que o uso de medicamentos genéricos no país ainda é muito pequeno. Lula fez as declarações ao lançar seu programa de governo para a área da Saúde. "Sabem por que estamos lançando esse programa aqui no Rio? Aqui foi o exemplo do desleixo maior do governo federal no combate à dengue", disse o candidato”.No debate na TV Record, LuLa não teve dúvida: fez uma pergunta sobre a dengue a Anthony Garotinho, que aproveitou para bater no tucano, numa ação coordenada entre ambos.Muito bem. Acima, listei três casos. Se vocês forem ao Google, encontrarão outras centenas. Os casos de dengue não haviam chegado nem perto das ocorrências de hoje. Mais: saibam que 50% dos casos estão no Mato Grosso do Sul. E o feito se deu durante a gestão de Zeca do PT — cuja competência já vai no sobrenome. Seu governo foi um verdadeiro criadouro de mosquito. Sob o olhar cúmplice do Ministério da Saúde. Na gestão Serra, a acusação de que a doença havia fugido do controle era só uma farsa política. Agora é fato.Eis aí. E agora? Lula é o culpado pela dengue? Ora, claro que não! E Temporão ou o ex-ministro Humberto Costa? Seriam eles? É evidente que não. Responsáveis são sempre os outros. A julgar pelas palavras de Temporão, a mídia é um deles. Leiam lá suas palavras. Sabe-se lá por quê, o homem está bravo. Quer uma lei. O Jornal Nacional fez uma série de reportagens a respeito.Mas, se o problema é esse, o ministro da Saúde pode ficar tranqüilo. Em breve, teremos a Lula News. Espero que Franklin Martins e Tereza Cruvinel sejam úteis na tarefa de matar mosquito.
Por Reinaldo Azevedo

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