Friday, February 15, 2008

É claro que Bush estava certo! - Blog Reinaldo Azevedo - 15/02/08

Escreve um leitor habitual deste blog, que não é um petralha (ele em azul, eu em preto):

Há para mim um equívoco no seu argumento, e ele tem a ver exatamente com os princípios cristãos que alega ter o "olho por olho". Ou seja, para evitar os que nos querem "destruir", devemos trucidá-los, empalá-los, explodi-los.
Quem disse que isso é um princípio cristão, Ricardo? Não é, não. Nem cristão nem meu em particular.

Uma coisa é capturá-los e julgá-los de acordo com as leis. Outra, completamente diferente, é usar a regra de Talião. Pois assim praticamente nos igualamos às bestas.
Epa! Errado! O que você propunha? Que os EUA ou Israel invadisse a Síria para capturar o assassino compulsivo?

Por mim, o sr. Sharon deveria ter morrido também, mas isso não passaria por sua cabeça, acredito eu, já que ele é um "defensor" da democracia (que eu chamo teocrática).
A história de que Israel é uma teocracia, data venia, é uma bobagem formidável, Ricardo. Vocês pode achar o que quiser, mas não conseguiria provar. Jamais fui um admirador de Sharon, especialmente o carniceiro de Sabra e Chatila. Mas fez a coisa certa quando fundou um novo partido e decidiu a desocupação unilateral da Faixa de Gaza. Mas as lideranças palestinas jogaram fora cada miserável chance de fazer o processo de paz avançar. Volte no tempo e pesquise: se Arafat tivesse aceitado o plano de Ehud Barak, a história seria outra. Em vez disso, sempre procurou usar a seu favor o terrorismo islâmico. Veja no que deu.

Concordo em quase tudo que você escreve sobre política nacional, mas é impressionante como nossa visão é quase oposta em política internacional. Felizmente, tenho sido mais correto em minhas análises, como o fiasco do Iraque se provou.
Que fiasco? O pós-guerra foi desastrado, sim. Mas a intervenção americana, além de correta, é um sucesso no que respeita ao combate ao terror. O Iraque iria se transformar num campo de treinamento dos vários terrorismos, Al Qaeda incluída.

Boa parte de seu juízo e motivada, Ricardo, pelas mentiras espalhadas pelo senador democrata Carl Levin, segundo quem jamais houve indícios ou provas de que a Al Qaeda e o Iraque de Saddam Hussein mantivessem contato. A realidade é bem outra. No dia 8 de setembro de 2006, veio à luz no Senado dos EUA um documento intitulado: “Descobertas do pós-guerra sobre os programas iraquianos de armas de destruição em massa e ligações do Iraque com o terrorismo, e como essas descobertas se relacionam com as informações do pré-guerra”. No dia da divulgação do relatório, Levin, que presidia a Comissão das Forças Armadas, divulgou um duro texto contra Bush e Cheney, acusando-os de mentir ao mundo de forma deliberada.

E o tal relatório, vejam só, evidenciava que os contatos da Al Qaeda com Saddam Hussein datavam de... 1990! E olhem que o texto ainda ignorava, estranhamente, carta enviada à Comissão de Inteligência por George Tenet, então diretor da CIA, no dia 7 de novembro de 2002 em que se afirmava:
- “Temos relatos de contatos de alto escalão entre Iraque e Al Qaeda que já ocorrem há uma década”;
- "Informações confiáveis indicam que o Iraque e a Al Qaeda já discutiram as questões de asilo e não-agressão mútua”;
- “Desde a operação ‘Liberdade Duradoura’, temos provas concretas da presença de membros da Al Qaeda no Iraque, inclusive soubemos que alguns estiveram em Bagdá”;
- "Temos relatos confiáveis de que líderes da Al Qaeda procuraram contatos no Iraque que os ajudassem as adquirir armas de destruição em massa. Esses relatos acrescentam que o Iraque forneceu treinamento para membros da Al Qaeda nas áreas de venenos e gases e na construção de bombas convencionais”;
- “O crescente apoio do Iraque a grupos palestinos extremistas, juntamente com os crescentes indícios de ligações com a Al Qaeda, sugere que o relacionamento de Bagdá com o terrorismo deverá aumentar, mesmo na ausência de qualquer ação militar por parte dos EUA”.

São dados de documentos oficiais, coletados por Ali Kamel no livro Sobre o Islã, que recomendo de novo. Bush não teria outra coisa a fazer a não ser o que fez. É o que eu também faria. A idéia de que Bush foi o Lobo Mau que só queria papar o petróleo de Chapeuzinho Vermelho é um infantilismo político, a que nos acostumaram as esquerdas mundo afora. Mas, claro, é uma fábula.

Caro Ricardo, você diz que a sua oposição à guerra se revelou correta. No meu entendimento, não. A guerra, tudo somado, foi bem-sucedida. E era histórica e moralmente justificável.
Por Reinaldo Azevedo

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